2B - História da Educação

Aula 1 - Introdução à disciplina e a diferentes concepções de história


Ao apresentarem a disciplina História da Educação, as professoras levantam um questionamento a respeito das diferentes concepções de história existentes e aquela que se quer abordar durante as aulas.
Apesar de ter sido retirado da internet ele foi publicado em 1975 pelo jornal Folha de São Paulo em seu suplemento dedicado às crianças “Folhinha de São Paulo”. A ideia de história aqui remete a uma modalidade muita praticada pelas escolas, principalmente dessa época, pautada em datas e personalidades, num desencadeamento cronológico, com pouca discussão a respeito de suas implicações naquilo que vivenciamos atualmente. Não parece ser essa, definitivamente, aquela que se pretende com nessas aulas.
A opção adotada nessas aulas se baseia na chamada Escola dos Aninales. Serão enfocadas, aqui, não as personagens célebres que fizeram parte da constituição histórica que se pretende apresentar, mas também (e, sobretudo), aquelas que geralmente não figuram nesse rol: crianças, mulheres, professores etc. Retira-se, assim, o caráter seco e “objetivista” do fato histórico e dá-se espaço a estuda-los à luz também de outros conhecimentos como os psicológicos, sociológicos, antropológicos etc. Sob esse ponto de vista, a própria noção cronológica do desencadeamento dos acontecimentos históricos sofre uma releitura. Ela não será mais uma premissa na compreensão daquilo que é mais primitivo para o mais evoluído.
Assim, serão considerados nessa perspectiva da histórica da Educação no Brasil, além das marcas oficiais e tradicionais – como a legislação e os grandes vultos dessa área – outros que muitas vezes eram deixados de lado: alunos e seus escritos, professores e suas construções, os pais dos alunos, reportagens de época, imagens de escolas, etc. É a história da Educação construída no dia a dia, na sala de aula e fora dela.
Isso não quer dizer, em hipótese nenhuma, que aqueles que se sobressaíram e que tiveram papel fundamental nessa constituição serão ignorados. Ao contrário, eles são peças- chave na abordagem que se pretende fazer da história da educação, pois influenciaram, em última análise, todo processo de ensino e de aprendizagem no lugar escolhido por excelência para esse fim: a sala de aula.


Aula 2 – A Escola Ontem e Hoje


Pensar na estrutura da educação brasileira hoje é pensar em como essa estrutura se formou ao longo do tempo. Seria ingênuo acreditar que a estrutura que temos atualmente – educação infantil, educação básica (fundamental e médio), ensino superior – se configurou assim desde sempre, tampouco pensar num processo gradativo de implantação dessa
estrutura a começar pela educação infantil até o ensino superior. De fato, a organização escolar brasileira passou por inúmeras transformações que culminaram na estrutura atual implantada a partir da Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDB 9394/96.
A organização escolar brasileira tem seu início propriamente dito com a chamada Lei Geral de 15 de outubro de 1827, outorgada por D. Pedro I, ou seja, cinco anos após a proclamação da independência. Por essa lei o imperador “manda criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do império”. São as primeiras
escolas primárias brasileiras.  Interessante notar-se que essa lei já estabelece o currículo a ser ensinado nessas escolas.
A criação das escolas de primeiras letras, apesar de um marco importante na estruturação escolar brasileira por se tratar de uma primeira intervenção efetiva do Estado na questão educacional, não implicou, todavia, na universalização de seu acesso por grande parte
da população.
A educação primária no Brasil tem na criação dos “Grupos Escolares” outro marco importante. Eles foram criados já no início de república, em 1893, tendo São Paulo por estado pioneiro na sua organização. A educação secundária, segundo a constituição da recém-criada república brasileira, ficou à cargo do governo central, sendo promovida no Distrito Federal, ou seja, na cidade do Rio de Janeiro. Entenda-se, aqui, educação secundária não exatamente o que chamamos de ensino médio nos tempos atuais. Seu acesso era muito restrito em razão da

falta de oferta e das limitações geradas pelas provas de admissão, presentes na realidade educacional brasileira até 1971. Era, pois, um nível de ensino seletista, exigente e com alta taxa de reprovação.

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